As ruas estão escuras! As pessoas escondem-se nas suas casas esperando que a noite acabe rápido! A noite fria e perigosa e misteriosa assusta as pessoas! Mas eu não temo a noite! Saio porta porta fora e tento saborear um pouco mais do seu brilho. Não é só escuridão, é também brilho! As estrelas, no céu, iluminam os meus passos nas ruas desertas! Tremo, mas tremo de frio! Cada vez está mais frio... Apercebo-me que no mais escuro das ruas, os agarrados escondem-se e consomem a dose de que tanto necessitam...Condenados à noite e aos becos insalubres e misteriosos da cidade! À medida que entro nas profundezas das ruas, vejo as prostitutas, que também são condenadas e que também cumprem as suas penas à noite! Mulheres de todos os feitios, de todas idades e de todas as classes, escondem-se na noite pelos mais diversos motivos... Continuo a andar e apercebo-me daqueles que procuram a noite para viver o amor que é proibido, ou pela família ou pela sociedade. Ainda, vejo aqueles que procuram, na noite, o alívio que não encontram à luz do dia! Depois de encontrar-me com os presos da noite, reparo nas casas que me rodeiam... Estas casas são a liberdade procurada pelos condenados da noite. Mas e eu? O que sou no meio desta gente toda? Para mim, a noite é a minha liberdade e a casa e o dia são as minhas prisões! É engraçado como são diferentes as maneiras de viver o dia e a noite! Como tal, espero sempre ser prisioneira do dia, mas uma fugitiva refugiada na noite! Continuo a andar... E vejo a parte que mais me encanta... Quando a lua encontra-se, muito fugazmente, com o rio... e daí sai a imagem mais pura da noite! Como queria que todos vissem, mas acho que vou guardar esta beleza só para mim! Portanto.... Xiuu! Eu não lhe contei este segredo! |
sábado, dezembro 04, 2004
Cidade
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